quarta-feira, 24 de outubro de 2007

São Pedro Nolasco


São Pedro Nolasco nasceu em 1190. Os pais constatavam com muita satisfação, que ao desenvolvimento físico do filho, correspondia igual progresso moral. Era admirável a terna compaixão que Pedro, criança ainda, revelava pelos pobres. O Aspecto da miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, haviam de dar-lhe esmolas para os pobres. Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que dos pais recebia. Com o maior cuidado guardava o tesouro da pureza do coração, e todo o seu desejo era poder servir a Deus do modo mais perfeito. Daí a fuga de tudo que pudesse desagradar a Deus, ou ser um perigo para a sua alma. Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres.

A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que alastrou-se pelo país). Para evitar qualquer contato com os hereges, Pedro associou-se ao conde Simão Monfort, comandante do Exército Católico. Com ele mudou-se para a Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão.

Ofereceu-se-lhe ocasião de observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que, caridosamente contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos.

Em primeiro de agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra e emitiu os três votos, de pobreza, castidade e obediência, acrescentando o quarto, de sacrificar os bens e a própria liberdade, se necessário fosse, pela redenção dos cativos. Do bispo Berengário, de Barcelona, recebeu estes seus votos.

São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve gratíssimo acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito.

A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.

Grande desejo tinha tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.

Os últimos anos de sua vida foram-lhe amargurados pela impossibilidade de trabalhar. Sentindo-se ao fim da peregrinação terrena, reuniu todos os religiosos de sua Ordem, para lhes dar os últimos conselhos e a bênção. As últimas palavras que disse, foram: "Eu vos louvarei, Senhor, porque a salvação trouxestes ao povo". São Pedro Nolasco morreu em 25 de dezembro de 1256.

Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.

sábado, 13 de outubro de 2007

Invocação a Nossa Senhora das Mercês.




Mãe querida das Mercês: Com a simples confiança de filhos, recorremos a ti.
Vimos aos teus pés de rainha e mãe de misericórdia, suplicando o teu poderoso auxílio.
O nosso mundo vive aprisionado em tantas formas de escravidão e opressão.
Nosso tempo não é menos atribulado que aquele em que tu, compadecida da terra, inspiraste a fundação de uma Ordem religiosa, destinada à redenção dos cativos cristãos.
Novas formas de escravidão social, política ou psicológica-que derivam, em última instancia, da corrupção do pecado surgem a cada dia.
Aqui nos tens, Oh! Mãe das Mercês, também nós, lutando para livrar-nos de tantas cadeias e opressões do nosso mundo.
Ajuda-nos com a tua misericórdia, para que possamos recuperar a feliz liberdade dos filhos de Deus. Amém.

Oração

Soberana Rainha do Céu, Imperatriz do Universo, Maria Santíssima, Mãe de Deus e Senhora Minha, a quem louvam os Anjos e rendem graças os Santos; à Vossa presença, chega a mais ingrata de todas as criaturas para pedir-vos que useis de piedade com este menor devoto; e para mais vos obrigar, ó Mãe dos pecadores e socorro de todos os necessitados eu me confesso escravo vosso; dirigi-me, encaminhai-me, amparai-me, Senhora, para que acerte a servi-vos e alcance o que nesta oração vos peço, se é do agrado de Vosso amado Filho, Jesus, que vive e reina em unidade do Espirito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Amém.

Oração de São Bernardo.


Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria, que nunca
se ouviu dizer que algum daqueles que têm
recorrido à vossa proteção, implorando a vossa
assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por
desamparado. Animado eu, pois, com igual confiança,
a vós, ó Virgem, entre todas singular, como mionha Mãe
recorro, de vós me valho e, gemendo sob o peso de meus
pecados, me prosto aos vossos pés. Não desprezeis as
minhas súplicas, ó Mãe do filho de Deus humanado,
mas dignai-vos ouvi-las propícia e alcançar-me o que
vos rogo.
Amém.

Novena das três Ave-Marias a Nossa Senhora das Mercês.



Pelo sinal da Santa Cruz... Vinde, Deus em meu auxílio, Senhor apressai-vos em ajudar-me! Gloria ao Pai...

Primeira Ave Maria

Ave Maria, puríssima Açucena das Mercês, que com vossa fragrância purificais as almas, elevando-as a Deus, cheia de graças ( continua-se a Ave Maria ).

Segunda Ave Maria

Ave Maria, suavíssima rosa celestial, paraiso que encheis de mercês sem conta a quantos tenha invocado o vosso auxílio, cheia de graça ( continua-se a Ave Maria )


Terceira Ave Maria

Ave Maria, nuvem fecunda em divina mercês com que, qual chuva regais o horto de nosso árido coração, cheia de graça ( continua a Ave Maria ).

Oração Final

Ó amantíssima Mãe de Deus e minha Mãe, estendei sobre mim o manto de vossa Maternal proteção, concedei-me a graça especial que vos peço nesta novena ( pede-se a graça ), dai-me a ternura de vosso coração a fim de que minha alma por vós sempre suspire, meu coração vos ame e minha vida a vós pertença, tanto agora como por toda a eternidade. Assim seja.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Como foi fundada a Ordem Mercedária




A Ordem das Mercês para a Redenção dos Escravos se fundou em Barcelona, Espanha, em 1218, por São Pedro Nolasco, após uma aparição da Virgem.

No início do século XII quase toda a Península Ibérica estava sob o poder muçulmano. Muitos espanhóis estavam escravizados pelos mouros e sujeito aos piores tratos. A Santíssima Virgem - Auxiliadora dos Cristãos - condoendo-se do sofrimento de seus filhos, quis ser a principal fundadora de uma Ordem Religiosa destinada a prestar socorro a estes infelizes. Para isso apareceu em sonhos, na mesma noite, a três homens dedicados, a fim de que se consagrassem a causa dos oprimidos.

Um dos escolhidos foi o militar francês de origem fidalga São Pedro Nolasco, que há muito tempo se dedicava a esta causa, resgatando seus irmãos de crença a peso de ouro. Quando já lhe escasseavam os recursos, a Virgem Maria apareceu-lhe em sonho e disse-lhe: - "Deus quer que estabeleça uma Congregação Religiosa para o resgate dos cativos".

Pedro não era um homem crédulo e por isso consultou o seu confessor São Raimundo de Penaforte, um dos mais notáveis teólogos de sua época. Qual não foi a surpresa de Pedro Nolasco ao saber que o Santo Doutor tivera o mesmo sonho e recebera ordem de animar os seus desígnios. Foram os dois pedir o apoio de D. Jaime I de Aragão e ficaram assombrados quando o piedoso monarca lhes anunciou que tivera o mesmo sonho e recebera a mesma ordem.

Certos de que esta era a vontade de Deus, puseram mãos a obra. 0 magnânimo soberano mandou construir um convento, enquanto São Raimundo elaborava os estatutos da Ordem. São Pedro Nolasco foi o primeiro Comandante Geral da Milícia, e a ele, em pouco tempo, juntaram-se muitos cavaleiros da Espanha.

Estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos.
Alem dos votos de pobreza, obediência e castidade, eles faziam o de tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros.
A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, após a aprovação do Santo Padre, espalhou-se pela Europa.

Os primeiros milicianos estabelecidos no Brasil vieram de Quito com Pedro Teixeira em 1639, quando o nosso país ainda se achava sob o domínio da Espanha, e se localizaram em Belém do Pará.

No início construíram uma pequena capela anexa ao convento, mas no século XVIII edificaram, de acordo com o projeto do arquiteto italiano radicado em Belém, José Landi, o seu templo definitivo, o único da cidade que possui a frontaria em perfil convexo. Seus púlpitos em estilo rococó e as talhas magníficas de seus frontões fazem desta igreja um dos mais bonitos monumentos religiosos da capital do Norte Brasileiro.

No século citado, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês estabeleceu-se em Ouro Preto, com o intuito de libertar os escravos pretos e crioulos que trabalhavam nas minas. Após muito tempo a confraria conseguiu se transformar em Ordem Terceira, com o direito de usar hábitos, capas, correias e também construir o seu templo. Entretanto, não se sabe por que, a irmandade cindiu-se ficando urna parte com a risonha igrejinha que é a Mercês de Cima, enquanto a outra estabeleceu-se na ermida do Bom Jesus dos Perdões, denominada atualmente Mercês de Baixo.

A luta entre as duas facções durou perto de cem anos, acreditando-se que a política imperial tenha influído na contenda, pois os conservadores eram filiados à Mercês de Baixo, enquanto os liberais somente se inscreviam na Mercês de Cima.
O culto da Virgem das Mercês desenvolveu-se mais entre os pardos cativos, por isso ele se espalhou principalmente nas vilas do ouro como Diamantina, São João del Rei, Mariana, Sabará, etc., onde são encontrados vários templos a ela dedicados.

Em São João Del Rei, sua festa se realiza a 24 de Setembro onde a Venerável Imagem da Santíssima Virgem que aparece nas fotos e a qual este blog é dedicado encontra-se e é reverenciada pelos fiéis são-joanenses, assim como devotos de outras partes do país que migram para participarem das festividades a Mãe das Mercês, que há quase 250 anos ampara com suas Mercês o povo são-joanense. Com uma belíssima novena, que antecede o dia festivo, abrilhantada pela centenária Orquestra Lira Sanjoanense, os irmãos da Venerável Arquiconfraria aguardam o dia em que irão demonstrar suas homenagens, através da alvorada com banda, seguida de missa festiva em honra a Santíssima Virgem e pela Venerável Arquiconfraria. À noite, a procissão com as imagens de São Pedro Nolasco e São Raimundo, assim como a Imagem da Santíssima Virgem das Mercês, percorrem as ruas do centro histórico de São João. Durante todo percurso, acontecem homenagens com músicas, folgos e chuva de pétalas.

A procissão retorna com um grande número de pessoas próximo as escadarias da bela igreja em estilo colonial, onde acontece o espetáculo de fogos de artifício e foguetes e, sob muitos aplausos, o final das homenagens se dá com a realização do "Te Deum" (Músicas Eucarísticas para Benção do SS. Sacramento).